Alugue uma Namorada, Ganhe um Amor de Verdade

O Começo Inesperado

Jung Minho sempre foi o tipo de pessoa que preferia a segurança do concreto e do previsível. Aos 28 anos, ele já havia conquistado o que muitos chamavam de uma carreira de sucesso. Formado em arquitetura, Minho trabalhava em um dos escritórios mais renomados da cidade e tinha um futuro brilhante pela frente. No entanto, sua vida pessoal não era tão grandiosa quanto sua carreira profissional.

Minho era um homem reservado, introvertido e, para ser sincero, um tanto desconectado das relações afetivas. Ele não se importava com os encontros românticos como muitos de seus amigos. O tempo livre era dedicado ao trabalho ou a momentos solitários, lendo ou assistindo a filmes em casa. Ele tinha o suficiente de vida social durante o expediente, e isso era o suficiente. Sempre acreditou que, no fundo, o amor era algo um tanto dispensável, uma distração que apenas tomava tempo de alguém que deveria estar focado em alcançar seus objetivos.

No entanto, esse pensamento foi desafiado uma manhã de sexta-feira, quando Minho estava enfrentando uma rotina particularmente cansativa. O escritório estava agitado com a entrega de um grande projeto, e a pressão para terminar tudo a tempo estava pesando sobre ele. Seus olhos estavam fixos na tela do computador quando seu celular vibrou. Ele pegou o aparelho distraidamente, esperando ser uma mensagem de trabalho, mas quando viu a notificação, algo o fez parar por um momento.

Era um anúncio estranho, uma mensagem de uma plataforma de serviços chamada “Alugue uma Namorada – 24h de Romance, 100% Realista”. Minho, sem entender muito bem o que estava acontecendo, clicou no link. O site era bem polido e parecia ter uma boa apresentação, mas a ideia parecia absurda. O conceito era simples: você escolhia uma mulher que se encaixasse no seu perfil e pagava por um serviço de acompanhante para um evento, um jantar ou até um fim de semana, com a garantia de que a mulher agiria como sua “namorada”, sem compromisso e com total discrição.

Minho se sentiu um pouco desconfortável com a proposta. “Namorada alugada?” Pensou consigo mesmo, achando que aquilo era apenas mais uma modinha de mercado. Contudo, algo o impulsionou a continuar navegando pelo site. Talvez fosse a curiosidade ou a pressão que ele sentia sobre um evento social que estava se aproximando: uma festa de casamento de um amigo de infância, para a qual ele fora convidado, mas não estava realmente empolgado para ir sozinho.

Ele sempre foi o tipo de pessoa que evitava situações sociais em que se sentisse desconfortável, e o fato de ter que enfrentar um casamento onde todos estariam acompanhados o fazia sentir-se ainda mais deslocado. “Quem sabe isso não resolva meu problema?”, pensou. No fundo, Minho sabia que queria apenas evitar ser o único sem acompanhante na festa. Talvez, no fundo, fosse também uma maneira de impressionar as pessoas que o viam como um homem sério, mas sem muita “vida social” para exibir.

No site, Minho viu uma série de perfis de mulheres disponíveis para diferentes tipos de encontros. Uma delas chamou sua atenção: Yuna. Ela era descrita como “gentil, atenciosa e com um charme natural”, perfeita para eventos formais. O sorriso dela nas fotos parecia sincero, e seus olhos transmitiam uma calma que, de alguma forma, o fez sentir-se à vontade. Ela parecia ser alguém que poderia se adaptar rapidamente à situação e, talvez mais importante, fazer com que ele não fosse o único solteiro no evento.

Minho hesitou por um momento. Não era o tipo de decisão que ele tomaria normalmente, mas naquele momento, com a pressão do casamento se aproximando e a necessidade de uma saída rápida, ele clicou em “reservar”. O preço não era exorbitante, e o site garantiu uma experiência sem complicações. Minho, então, fez a reserva para o fim de semana seguinte, sem saber bem o que esperar.

Ao fechar a tela do celular, Minho se sentiu um pouco inquieto. Ele havia tomado uma decisão que, até então, nunca imaginaria: contratar uma “namorada”. Mas, de alguma maneira, a ideia de ter alguém ao seu lado naquele evento parecia mais simples do que tentar encontrar uma pessoa de verdade para se conectar. “Vai ser só um contrato,” pensou, tentando se convencer de que não haveria nada mais do que isso.

Nos dias que seguiram, Minho mal conseguiu se concentrar no trabalho. Ele sabia que aquilo não passava de uma fachada, uma solução rápida para um evento social que ele não queria enfrentar sozinho. Mas, ao mesmo tempo, uma curiosidade crescente o fazia se perguntar: e se fosse algo mais? E se, ao menos por um dia, ele pudesse descobrir o que significava ter alguém ao seu lado, não como um número em sua agenda, mas como alguém real?

A resposta viria em breve.

A Primeira Impressão

O sábado chegou, e Minho ainda não conseguia acreditar que havia contratado uma namorada para um evento. Ele não sabia exatamente o que esperava daquele encontro. Tudo o que sabia era que, a partir daquele momento, sua vida social passaria a ter uma aparência diferente, mas sem que isso realmente mudasse nada em seu interior. Afinal, ele não estava procurando amor. O que ele precisava era de uma companhia temporária para um casamento.

O evento aconteceria em um luxuoso salão de festas no centro da cidade. A decoração era extravagante, com flores brancas e douradas, e os convidados estavam todos impecavelmente vestidos. Minho se sentia deslocado, como sempre. Ele vestiu seu melhor terno, ajustou a gravata e olhou para o espelho com uma expressão cansada. Algo sobre aquele casamento parecia cada vez mais um fardo. A ideia de aparecer sozinho o incomodava, mas o compromisso estava feito, e ele não podia mais voltar atrás.

À medida que a festa começava e os convidados se espalhavam pelo salão, Minho olhou em volta, sentindo-se mais à vontade no canto do ambiente. Ele segurava uma taça de champanhe nas mãos, tentando parecer o mais desinteressado possível enquanto observava os outros casais conversando e dançando. Ele queria desaparecer naquela multidão de pessoas bem vestidas e felizes. Mas, ao invés disso, sua mente estava inquieta, pensando em Yuna e no que ela faria ao chegar.

Quando finalmente ela apareceu, Minho a reconheceu instantaneamente. Yuna estava vestida com um elegante vestido de seda preta, os cabelos soltos de maneira delicada, com um brilho suave sob a luz dourada do salão. Ela caminhava com graça, com a confiança de quem estava acostumada a ser o centro das atenções, mas sem parecer arrogante. Sua presença parecia iluminar o ambiente de maneira sutil. Era difícil acreditar que ela não fazia parte daquele círculo social.

Minho a observou de longe, com uma mistura de curiosidade e apreensão. Ela o avistou logo em seguida, e seus olhos se encontraram. Yuna sorriu, um sorriso simples, mas cheio de empatia, como se já soubesse o que ele estava pensando: “Eu estou aqui para ajudar.” E, de fato, era isso o que ela estava fazendo. Ela se aproximou dele com passos tranquilos, sua postura era amigável, mas ao mesmo tempo profissional. Ela não parecia nervosa como ele imaginava; ao contrário, tinha uma naturalidade que o deixou surpreso.

“Oi, Minho,” ela disse com uma voz suave, “acho que estamos prontos para entrar.”

Minho, ainda um pouco sem jeito, se forçou a sorrir. “Oi, Yuna. Você está… muito bonita,” disse, meio sem saber o que dizer. Ela riu suavemente, como se soubesse que ele estava tentando ser educado, mas sem saber o que mais falar. Havia algo nela que o fazia relaxar instantaneamente, como se ela tivesse uma habilidade especial de tornar os outros à vontade. Eles seguiram juntos para a mesa reservada para Minho, onde o jantar estava sendo servido.

À medida que a noite avançava, Minho começou a perceber que Yuna não era apenas uma acompanhante contratada para agir de forma convincente em um evento social. Ela parecia genuinamente interessada nas conversas, fazendo perguntas sobre sua vida, sua carreira e seus interesses, e, de forma surpreendente, ele começou a se abrir com ela. O mais estranho era que, quanto mais ele falava, mais confortável se sentia. Ele, que sempre fora tão fechado e reservado, agora se via compartilhando histórias da infância, lembranças de viagens e até mesmo suas frustrações com o trabalho. Yuna escutava atentamente, sem pressa de interromper, apenas sorrindo de maneira acolhedora.

A conversa entre os dois fluía com uma naturalidade que Minho nunca imaginou que pudesse acontecer com alguém que ele mal conhecia. Ela não estava tentando ser uma “namorada perfeita” como ele imaginara. Em vez disso, parecia mais uma amiga de longa data, alguém com quem ele se sentia confortável, alguém com quem ele poderia ser ele mesmo, sem julgamentos ou expectativas.

Os outros convidados começaram a se aproximar, e logo Minho se viu cercado por pessoas que queriam cumprimentá-lo e saber mais sobre sua vida. Yuna, com sua presença tranquila, foi uma companhia reconfortante. Ela respondia com simpatia a cada pergunta, fazendo com que ele se sentisse menos incomodado. Ela fazia o ambiente parecer mais leve, e, por um breve momento, ele se esqueceu de que estava apenas ali “por um contrato”.

Durante o jantar, enquanto o garçom servia os pratos principais, Minho percebeu algo curioso: a noite estava começando a passar mais rápido do que ele imaginava. Ele estava realmente se divertindo. As conversas fluíam de forma fácil, e ele sentia uma conexão com Yuna que, sinceramente, nunca havia experimentado com alguém antes. Ela parecia tão à vontade, tão natural, como se tivesse o poder de tornar qualquer ambiente confortável e acolhedor.

Quando o último prato foi servido, Minho se surpreendeu. Ele já não estava mais pensando no quanto aquele encontro parecia artificial, como tinha imaginado. Ele estava, de fato, aproveitando a companhia de Yuna. Talvez a maior surpresa fosse o que ele sentia naquele momento: não era apenas gratidão pela ajuda dela, mas algo mais. Algo que ele não queria admitir, mas não conseguia ignorar.

Ao final da noite, quando se despediram, Yuna lhe deu um sorriso gentil e disse: “Espero que tenha se divertido, Minho. Foi bom conhecer você.” E, com um leve aceno, ela se afastou, deixando Minho parado no meio da pista de dança, refletindo sobre o que acabara de acontecer.

Ele não sabia o que estava sentindo, mas uma coisa era certa: aquela não seria a última vez que ele veria Yuna. Algo em sua mente, ou talvez em seu coração, começava a mudar.

Desafios e Conflitos

Nos dias seguintes ao casamento, Minho tentou voltar à sua rotina normal. Ele se sentia um pouco desconfortável, como se tivesse atravessado uma linha invisível que não sabia como retornar. Aquela noite com Yuna tinha sido, para ele, algo inesperado. Ela não era apenas uma “namorada alugada” como ele pensara inicialmente. Não podia negar que havia algo genuíno entre eles, algo que parecia ir além do simples acordo financeiro. Mas, ao mesmo tempo, ele estava ciente de que isso não passava de uma transação comercial. Yuna estava sendo paga para ser aquela pessoa atenciosa, simpática e encantadora. Era o trabalho dela.

Ainda assim, uma parte de Minho não conseguia parar de pensar nela. Quando ele voltou ao escritório na segunda-feira, estava distraído, como se parte de sua mente ainda estivesse naquela festa, tentando entender o que acontecera entre ele e Yuna. Durante a semana, ele tentou se concentrar no trabalho, mas o pensamento dela estava constantemente em sua mente. Ele se pegou imaginando se, de alguma forma, ela também sentia a mesma conexão. Mas seria possível? Ela era profissional, estava ali para cumprir seu papel. Nada mais.

Mas o desconforto persistia. Quando Minho não estava trabalhando, ele revisava seu celular várias vezes, ainda pensando em Yuna. O pensamento de vê-la novamente não saía de sua cabeça. O que ela estaria fazendo? Como seria uma conversa com ela fora daquele contexto de um evento formal? Ele não sabia ao certo, mas sabia que não queria que aquele encontro fosse apenas um episódio isolado.

Na manhã de quarta-feira, ele recebeu uma notificação do mesmo site de “namoradas alugadas” que ele usara anteriormente. O sistema sugeria perfis de mulheres com base em suas preferências anteriores. Sem querer, Minho clicou no link, como se uma força invisível o estivesse puxando. Ele viu o nome de Yuna novamente. Ela estava disponível para outro evento. O coração de Minho acelerou. Ele hesitou por alguns segundos, pensando se realmente deveria fazer isso. Não fazia sentido, não era algo que ele normalmente faria. Mas, com uma sensação inexplicável de urgência, ele reservou novamente. Dessa vez, ele não estava contratando apenas uma companhia para um evento. Ele estava, de certa forma, buscando mais do que aquilo. Não sabia bem o quê, mas algo em seu interior dizia que talvez, se tentasse, algo mais poderia surgir.

Quando Yuna apareceu no café onde haviam combinado de se encontrar, Minho a observou de longe. Ela estava com a mesma postura tranquila, vestida de maneira simples, mas elegante. Ele a reconheceu instantaneamente. Havia algo de diferente nela, ou talvez fosse ele quem estivesse diferente. Seu coração batia mais rápido, não por nervosismo, mas pela expectativa que ele sentia, algo que ele tentava, sem sucesso, disfarçar.

“Oi, Minho,” Yuna cumprimentou com um sorriso suave, e ele a cumprimentou com um aceno. “Estava com saudades daquela sua cara de ‘nervoso e desconfortável’. Você ainda tem trabalhado muito?”

Minho riu, tentando aliviar a tensão. “Você tem razão, eu sou bom em parecer desconfortável. Mas, de alguma forma, hoje está mais fácil.” Ele deu um sorriso sincero, e Yuna, mais uma vez, foi a pessoa que o fez se sentir à vontade.

Eles conversaram sobre coisas triviais, mas ao mesmo tempo se sentiram mais próximos, como se aquelas pequenas interações criassem uma ligação inesperada. Yuna não era apenas uma atriz ou uma acompanhante profissional. Ela parecia se importar genuinamente com o que ele estava dizendo. Cada palavra dela parecia carregada de empatia, e Minho se viu compartilhando mais do que imaginava. Ele falou sobre os desafios do trabalho, sobre a pressão que sentia para sempre ser o melhor, e sobre como, de alguma forma, sua vida pessoal parecia estar sempre em segundo plano. Yuna escutava atentamente, com os olhos fixos nele, sem pressa de interromper ou mudar de assunto.

Mas, enquanto falava, Minho começou a se dar conta de que não estava mais falando apenas com uma “namorada alugada”. Ele estava conversando com alguém que, de alguma forma, parecia se preocupar com ele de uma maneira genuína. A conversa seguiu de forma tranquila, mas, à medida que ela avançava, uma dúvida começou a surgir: será que ele estava confundindo as coisas? Ele não deveria estar se envolvendo com alguém assim, alguém que fazia parte de sua vida apenas por um acordo financeiro.

Por outro lado, ele sabia que Yuna estava ali porque ela escolheu estar. Ela não precisava ficar. Ela poderia estar em qualquer outro lugar, mas estava ali com ele, disposta a ouvi-lo, sem cobrar nada em troca. Minho começou a se perguntar se a conexão que sentia era algo real ou apenas fruto da sua solidão e do desconforto de estar acostumado a viver de maneira tão isolada. Ele estava em conflito, mas algo dentro dele o dizia que, talvez, ele tivesse encontrado algo que nem sabia que procurava.

Ao final do encontro, quando se despediram na porta do café, Minho olhou para Yuna e sentiu que as palavras não vinham facilmente. Ele queria dizer algo, mas não sabia exatamente o quê. “Obrigado por… por hoje, Yuna,” ele disse, com a voz um pouco mais baixa.

Ela sorriu. “Eu que agradeço, Minho. Espero que tenha sido bom, mesmo sem as formalidades de um evento.”

“Foi muito mais do que isso,” Minho respondeu, sem saber se estava falando sobre aquele encontro ou sobre algo maior que, de alguma forma, já começava a nascer entre eles.

Yuna o observou por um momento, como se estivesse tentando decifrar o que ele realmente sentia. “Acho que a vida tem formas engraçadas de nos surpreender, não é?”

Minho não soube o que responder. Ele apenas acenou com a cabeça enquanto Yuna se afastava, e, enquanto olhava para as costas dela, ele não conseguiu evitar o pensamento que o assombrava: “Será que estou começando a me apaixonar por ela?”

E, pela primeira vez, Minho não sabia a resposta.

Um Amor Que Nasce

Nos dias que se seguiram ao seu segundo encontro com Yuna, Minho se viu imerso em um turbilhão de emoções. Ele, que sempre havia controlado sua vida com mãos firmes, agora se via à deriva, tentando entender o que estava acontecendo dentro de si. O que deveria ser uma experiência superficial, algo descartável, estava se transformando em algo muito mais profundo. Ele não conseguia tirar Yuna da cabeça, nem tampouco a sensação de que havia algo real entre eles. Não era apenas uma questão de se sentir confortável na sua presença. Era algo mais complexo, uma conexão que ele não havia planejado, nem procurado.

Ele começou a se questionar: O que é isso que estou sentindo? Durante os dias em que não a via, ele sentia uma estranha ansiedade. Algo tão simples como receber uma mensagem dela o fazia sorrir involuntariamente. O que estava acontecendo com ele? Ele que sempre fora cético quanto ao amor, agora se via pensando que talvez tivesse encontrado algo que realmente importava. Mas, ao mesmo tempo, a razão o alertava: Ela é uma profissional. Está aqui para fazer o trabalho dela, e nada mais.

Foi então que, em um momento de total incerteza, Minho decidiu tomar uma atitude. Ele precisava entender se aquele sentimento era real ou apenas uma fantasia alimentada pela solidão que sentia. No fundo, sabia que não queria perder Yuna da sua vida, mas tinha medo de que ela fosse apenas uma miragem. Não queria se enganar.

Então, ele a convidou para um jantar, sem eventos sociais, sem compromissos formais. Só os dois. Ele queria vê-la em um contexto mais íntimo, sem a pressão de ser “o namorado de aluguel” ou o homem que precisava se encaixar nas expectativas dos outros. Yuna aceitou sem hesitar, e Minho se surpreendeu com a facilidade com que ela se dispôs a vê-lo fora do seu “trabalho”.

Quando chegou o dia do encontro, Minho estava nervoso. Ele tentou disfarçar, mas a verdade é que não sabia como agir em um jantar com alguém que, em sua mente, ainda era uma espécie de estranha conhecida. Mas, à medida que Yuna chegou ao restaurante, ele percebeu que ela não era mais uma estranha. Ela havia se tornado, de alguma forma, uma presença reconfortante e familiar.

“Oi, Minho,” Yuna disse com um sorriso acolhedor, e ele sentiu uma onda de alívio. Quando ela se sentou, sem a formalidade do evento anterior, a conversa fluiu mais naturalmente. Eles começaram a falar sobre coisas do dia a dia, sobre trivialidades, mas com uma sinceridade que Minho não conseguia disfarçar. Ele se sentia completamente à vontade, como se o fato de estarem apenas os dois tornasse tudo mais real.

Eles pediram vinho, e logo estavam rindo juntos de histórias pequenas e momentos engraçados de suas vidas. Yuna compartilhou um episódio de sua infância que Minho achou fascinante, e ele, por sua vez, se abriu um pouco mais sobre sua vida, seus medos, e até sobre o trabalho que muitas vezes o consumia de forma obsessiva. Não era algo fácil para ele, mas, de alguma maneira, com Yuna ele sentia que podia se mostrar vulnerável.

O jantar foi longo, e, ao contrário dos encontros anteriores, Minho não estava tentando se conter. Ele não sentia a necessidade de manter uma fachada. Estava confortável sendo quem realmente era. Quando o prato principal foi servido, Yuna olhou para ele com um olhar curioso e perguntou: “Minho, você nunca falou muito sobre sua vida amorosa. Alguma razão para isso?”

A pergunta foi como um soco no estômago. Ele hesitou por um momento, sentindo o peso da dúvida. Queria ser honesto, mas ao mesmo tempo, sentia que estava ultrapassando uma linha invisível. Minho olhou para ela, observando seus olhos, aqueles olhos que pareciam ler sua alma. Finalmente, ele suspirou e respondeu, com um tom de vulnerabilidade que ele raramente usava:

“Eu nunca fui bom com as pessoas. Sempre estive tão focado no trabalho, que quando se tratava de relações… Eu meio que afastei o resto.” Ele deu uma risada nervosa, mas continuou: “Eu acho que, no fundo, eu tinha medo de me envolver, de me mostrar. Sempre pensei que a melhor forma de lidar com a vida era simplesmente manter a distância.”

Yuna o observou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse absorvendo suas palavras. Então, ela sorriu suavemente, e, com uma calma que só ela possuía, disse: “Acho que todo mundo tem esse medo, Minho. A questão é que, às vezes, é preciso se permitir se envolver, mesmo quando o medo está lá.”

O que ela disse ficou ecoando em sua mente enquanto continuavam a conversar. A cada palavra, ele sentia que suas defesas estavam se desfazendo, pouco a pouco. Era como se Yuna fosse um espelho, refletindo não apenas quem ele era, mas também quem ele poderia ser. Ele nunca imaginara que algo tão simples quanto um jantar poderia levá-lo a questionar sua vida inteira.

No final da noite, quando a conta foi paga e eles saíram do restaurante, Minho sentiu uma estranha sensação de clareza. Ele não sabia exatamente o que estava acontecendo entre ele e Yuna, mas uma coisa estava se tornando evidente: ela não era apenas uma profissional cumprindo seu papel. Algo mais estava nascendo entre eles, algo que ia além de qualquer contrato ou expectativa.

“Yuna,” ele disse, de repente, enquanto caminhavam para o estacionamento, “eu não sei o que isso significa, mas… Eu não quero que isso termine aqui. Não consigo mais ignorar o que sinto.”

Yuna parou e olhou para ele com um sorriso tranquilo, mas genuíno. “Eu também não, Minho. Às vezes, o amor nasce quando menos esperamos. Talvez seja hora de você permitir que ele cresça.”

Minho sorriu, e pela primeira vez em muito tempo, ele se sentiu leve. Não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que, pela primeira vez, estava disposto a seguir o coração e ver onde essa jornada o levaria.

Entre a Razão e o Coração

A semana seguinte foi um turbilhão de sentimentos para Minho. Após o jantar com Yuna, ele se sentia em uma espécie de limbo emocional. Por um lado, ele estava mais confuso do que nunca sobre o que sentia. Por outro, havia algo que não podia negar: ele estava começando a se apaixonar por ela. Minho sempre fora racional, alguém que analisava todas as situações com a lógica e o pragmatismo de um arquiteto. Mas, com Yuna, ele não conseguia mais ser aquele homem calculista que dominava a sua vida. Ele se via perdido em sentimentos que não podia controlar, que não sabia como classificar ou entender.

O trabalho parecia irrelevante. Mesmo com projetos importantes se acumulando em sua mesa, sua mente estava constantemente voltada para os momentos que passava com Yuna. A maneira como ela o fazia se sentir, como ele conseguia ser ele mesmo, sem pressões, sem máscaras, era algo que ele nunca imaginara. Ela não era como as outras mulheres que ele conhecia. Não estava ali para agradá-lo ou impressioná-lo. Ela era real, genuína, e, de alguma forma, isso fazia com que ele se sentisse mais vivo do que nunca.

Mas a dúvida ainda o assombrava. Como ele poderia estar se apaixonando por alguém que, tecnicamente, era uma acompanhante? Yuna ainda fazia parte do seu mundo profissional, e ele sabia que ela, assim como ele, mantinha um certo distanciamento emocional. Eles tinham se conhecido em um contexto comercial, e talvez fosse isso que os unisse, a ideia de que ambos estavam cientes dos limites da situação. Mas, ao mesmo tempo, Minho não conseguia negar que estava começando a desejar mais. Ele queria mais de Yuna. Queria conhecer sua vida, seus sentimentos, seu passado. Queria que ela fosse mais do que uma presença temporária em sua vida.

Na manhã de sexta-feira, depois de dias de silêncio e tensão interna, Minho decidiu que não poderia mais adiar a conversa que precisava ter com Yuna. Ele sentia que estava prestes a dar um passo importante, mas, para isso, precisava ter certeza do que ela sentia também. Ele sabia que ela poderia não compartilhar as mesmas emoções e que, ao colocar tudo na mesa, poderia colocar em risco o que eles já haviam construído. Mas ele não queria viver mais com essa incerteza.

Ele a convidou para um café no mesmo lugar onde haviam se encontrado da primeira vez. Era um local tranquilo, longe dos olhares curiosos e das distrações da cidade. Minho chegou um pouco antes, nervoso, e pediu um café enquanto aguardava. Quando Yuna apareceu, sua presença iluminou a pequena cafeteria. Ela estava simples, mas deslumbrante, com um sorriso leve no rosto, como se nada de extraordinário fosse acontecer naquele dia. Minho se levantou para cumprimentá-la, e ambos se sentaram.

A conversa começou de forma descontraída, como sempre, mas Minho logo percebeu que a tensão estava no ar. Ele não podia mais adiar o que precisava ser dito. Com o coração batendo forte, ele colocou a xícara de café na mesa e olhou para ela, sério.

“Yuna,” começou ele, sua voz mais grave do que o normal, “há algo que preciso te perguntar.”

Ela o observou atentamente, seus olhos sempre tão calmos, e assentiu, como se soubesse que ele estava se preparando para dizer algo importante. “Claro, Minho. O que aconteceu?”

“Eu… eu não sei como dizer isso, mas… não posso mais ignorar o que sinto. Eu não sei se isso faz sentido, mas eu… estou começando a me apaixonar por você.” Ele falou rapidamente, como se temesse perder a coragem. A resposta de Yuna seria crucial para ele, e isso o aterrorizava.

Ela o olhou em silêncio por alguns segundos, seus olhos profundos refletindo algo que Minho não conseguia decifrar. Não havia surpresa no rosto dela, o que fez Minho se perguntar se ela já sabia disso há algum tempo. Yuna sorriu suavemente e, depois de um momento, disse com uma tranquilidade que o surpreendeu:

“Eu também… Minho. Eu também comecei a sentir algo por você. Mas eu sabia que isso seria complicado desde o início. Eu sou parte desse mundo que você talvez não entenda completamente, e eu não quero te dar falsas esperanças.”

Minho sentiu um alívio imenso ao ouvir aquelas palavras. Ele não estava sozinho em seus sentimentos, mas a realidade de sua situação o atingiu com força. Yuna estava certa. O que eles tinham era complicado, e os limites entre o que era real e o que era transação ainda eram confusos. Mas, ao mesmo tempo, a honestidade dela fez com que ele se sentisse mais seguro do que nunca. Ele não estava mais sozinho no labirinto emocional que havia se perdido.

“Eu entendo,” Minho respondeu, tentando controlar a ansiedade que ainda percorria seu corpo. “Mas eu não consigo simplesmente ignorar o que estou sentindo. Eu não sei o que isso significa para nós, mas eu preciso tentar, Yuna. Eu quero tentar entender se o que temos pode ser algo real, sem os contratos, sem as regras. Apenas nós dois.”

Yuna ficou em silêncio, ponderando suas palavras. Depois de alguns segundos, ela olhou para ele e falou com uma suavidade inesperada.

“Eu não posso prometer que isso será fácil, Minho. Eu sou uma pessoa complicada. Eu tenho minha vida, meus próprios medos. Mas, ao mesmo tempo, eu não quero ignorar o que estamos criando aqui. Eu quero ver onde isso pode nos levar.”

Minho sorriu, um sorriso sincero, cheio de esperança. “Então, vamos ver onde isso vai dar, Yuna. Vamos fazer isso juntos.” E, naquele momento, ele soube que, independentemente dos desafios que os aguardavam, ele estava pronto para enfrentar o que quer que fosse. Ele finalmente havia dado o passo para abraçar o amor, e com Yuna ao seu lado, ele acreditava que talvez, finalmente, pudesse encontrar algo mais valioso do que qualquer sucesso profissional. Algo que ele sempre havia ignorado, mas que agora sentia profundamente: o poder do amor verdadeiro

Comments

  1. Sofia Valenttina

    Nota 100000000000000000000000000000000000000 Infinito , amei ! 🥰 Esse foi o primeiro que li desse blog. Já sou sua fã número 1!!!

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